Desde 2017 que a Nintendo vendeu mais de 150 milhões de unidades da Switch. Após o percalço que foi a Wii U, o conceito da Switch enquanto consola que podia ser ligada à televisão e ao mesmo tempo levada para toda a parte foi fácil de entender e, mais importante, simples o suficiente para que todos percebessem o quão revolucionário era.
aram entretanto oito anos e a Nintendo lançou agora a Switch 2, uma nova plataforma que (como o nome indica) é uma nova versão daquela que é neste momento uma das consolas de jogos mais vendidas de sempre. O que se faz então na hora de desenvolver um sucessora quando a fasquia está tão alta?
A julgar pela Switch 2, que foi lançada na ada quinta-feira, dia 5, a opção da Nintendo foi continuar a apostar no mesmo conceito (vencedor) e fazer algumas melhorias cirúrgicas que, com base na nossa experiência nos últimos dias, fazem desta uma melhor consola do que a antecessora.
Mas vamos por partes. O conceito e o design são praticamente idênticos ao que foi apresentado em 2017 mas, com a Switch 2, a Nintendo apresenta um ecrã de 7,9 polegadas ao invés dos 6,2 da versão original da antecessora. A tecnologia continua a ser LCD, mas colocar a Switch 2 ao lado da Switch fará com que a evolução fique clara, na medida que o ecrã desta nova geração apresente o grafismo de uma forma mais nítido e com cores mais vibrantes.
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Ao jogar na Switch 2 em modo portátil os jogadores podem desfrutar de resolução 1080p com HDR e, de acordo com a Nintendo, até 120fps. Estas especificações são, no entanto, insuficientes para descrever a experiência que é jogar a versão Switch 2 de ‘The Legend of Zelda: Breath of the Wild’ ou ‘The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom’. Apesar de continuarem a ter o estatuto clássicos da modernidade, os dois jogos estão indubitavelmente entre os mais beneficiados nesta transição para a Switch 2, exibindo uma fluidez de 60fps (estáveis) e cores mais vibrantes do que nunca.
Também comprovámos este nível de desempenho enquanto jogávamos a ‘Mario Kart World’ - o grande exclusivo de lançamento da Switch 2 e o primeiro novo jogo da série dos últimos dez anos. O novo mundo aberto ou as corridas (caóticas) com 24 participantes poderiam significar alguns ‘soluços’ para a Switch 2 que, no entanto, se mantém firme para uma experiência nada menos do que impecável.
Serve referir que a esmagadora maioria dos jogos da Switch original são compatíveis com a Switch 2 e que mesmo aqueles que não tiveram direito a versões dedicadas para a nova consola vão tirar partido da potência acrescida da plataforma. Se no ado verificou instabilidade gráfica em algum jogo da Switch, é provável que consiga agora jogá-lo sem ‘espinhas’ na Switch 2.
Naturalmente, estas são questões que podiam (e deveriam) ter sido resolvidas aquando o lançamento original destes títulos, mas o facto de a Switch 2 conseguir dar uma ‘nova vida’ a estes jogos não é argumento que deva servir de arma de arremesso contra a nova consola.
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As virtudes
O desempenho acrescido da Switch 2 fica mais evidente quando esta se encontra ligada a uma televisão compatível com resoluções 4K e que ajudam os jogos a terem um aspeto mais moderno e bonito. A diferença entre os modos portátil e TV já não é tão ‘gritante’ como acontecia com a Switch original mas, tendo em conta que estamos apenas nos primeiros dias da Switch 2, é altamente provável que no futuro tenhamos direito a títulos capazes de tirar ainda mais partido da Switch 2.
O maior tamanho do ecrã da Switch 2 é, naturalmente, acompanhado por um aumento das dimensões de outros elementos, como é o caso dos comandos Joy-Con. A oportunidade foi aproveitada pela Nintendo para aumentar a superfície dos analógicos (o que melhora a aderência dos polegadores) e também integrar mais funcionalidades nestes comandos, que agora podem ser usados como ratos de computador - seja na navegação da consola, seja em jogos que tirem partido desta funcionalidade. Os botões continuam os mesmos, com exceção para o botão C dedicado à função GameChat. Mas já lá vamos.
Ao contrário do que acontecia na Switch original, os comandos Joy-Con na Switch 2 não têm de ser deslizados para encaixar nas laterais do ecrã quando quiser jogar em modo portátil. Os dois Joy-Con estão agora equipados com ímanes que, quando aproximados dos orifícios das laterais, se unem de imediato com aquele que temos de dizer que é um dos ‘cliques’ mais agradáveis que ouvimos. Por muito que soe a elogio ‘fácil’, este é o tipo de som que será agradável de imediato para qualquer utilizador da Switch 2 e que certamente repetirá algumas vezes depois de unir os comandos pela primeira vez. Para remover os Joy-Con da Switch 2 basta pressionar os pequenos ‘interruptores’ junto aos botões ZL e ZR em cada um dos comandos.
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Há outro pormenor importante a ter em conta com a Switch 2. Tal como acontece com a retrocompatibilidade com os jogos da Switch, a Switch 2 também é compatível com os comandos lançados para a antecessora. Isto diz respeito não só aos comandos Joy-Con da Switch original, como também aos comandos Pro - algo que deverá ser recebido com alívio por todos aqueles que investiram nestes comandos na geração ada.
Outra pequena (mas importante) mudança na Switch 2 está no apoio da consola quando a quer pousar numa superfície. Ao contrário do que acontecia na versão original da Switch, o apoio da Switch 2 acompanhada todo o ecrã e, ainda que não seja tão robusto como o da Switch OLED, dá certamente um pouco mais de confiança que a consola não vai cair ao mínimo abano de uma mesa.
Por outro lado, a bateria foi um departamento em que a experiência se mantém praticamente inalterada em relação à geração anterior. Estamos perante uma bateria com capacidade superior à usada na Switch original mas, dado que o resultado final acaba por ser uma autonomia semelhante entre as 02:30 e as 6:30 horas, diríamos que este não é um ponto forte da Switch 2 mesmo que não desiluda.
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Como é usar a Switch 2?
As melhorias feitas no departamento de ‘hardware’ também se encontram, de certa forma, no software da Switch 2. Por um lado, a interface da consola está praticamente inalterada em relação à antecessora mas, por muito familiar que seja a experiência, não podemos sentir alguma desilusão no que diz respeito à falta de novidades de relevo. Ainda assim, navegar pelos menus da Switch 2 e pela eShop nunca foi tão rápido e fluido e é certamente uma boa notícia para quem tinha de lidar com a lentidão da loja virtual da Nintendo na geração anterior.
A grande novidade da Switch 2 assume a forma do GameChat - o tal botão C incluído nos comandos da consola. Trata-se de uma funcionalidade de chamada de voz (ou vídeo, se tiver uma câmara) que está implementada de raiz na Switch 2 e que certamente ajudará a tornar a experiência multijogador um pouco mais rica do que acontecia na Switch original.
Serve notar que o GameChat pode ser ativado independentemente do jogo que esteja a jogar, pelo que poderá conversar com os seus amigos mesmo que estejam a desfrutar de experiências completamente diferentes. Pense em algo semelhante ao Discord ível por via de um único botão e que o ligará aos os adicionados à sua lista de amigos na conta Nintendo.
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O nosso veredito…
A Switch 2 é a primeira consola da Nintendo que se assume como uma continuação direta da antecessora. Sim, tivemos o Game Boy Color e Advance após o Game Boy original e até a Nintendo 3DS depois da DS. No entanto, nenhuma destas consolas representa uma abordagem tão intencionalmente iterativa como acontece em relação à Switch 2 e à Switch.
Estamos perante uma consola que se assume como um aperfeiçoamento do conceito iniciado com a antecessora e, nesse propósito, diríamos que o objetivo foi conseguido com sucesso. O ecrã, o desempenho, os comandos Joy-Con e também a fluidez da experiência de navegação fazem da Switch 2 uma consola indubitavelmente melhor do que a Switch, ao mesmo tempo que (graças à retrocompatibilidade dos jogos) beneficia do catálogo que ajudou a tornar a antecessora um dos maiores sucessos da indústria.
Depois de a Switch ter ajudado a ‘lançar’ uma série de consolas portáteis voltadas para o mercado do PC, a Switch 2 assume-se como um modelo mais ‘maduro’ e que tem diante de si a promessa de receber futuros exclusivos da Nintendo. ‘Mario Kart World’ é apenas o primeiro o e, ainda que comprar uma nova consola seja sempre o equivalente a comprar a promessa de futuros jogos de qualidade, diríamos que o historial da Nintendo e da Switch original são bons sinais para a Switch 2.
Apesar do bom começo, ainda é cedo para sabermos se a Switch 2 tem condições para estar à altura do legado da Switch mas, por enquanto, é fácil recomendar esta consola para os fãs do modelo original. Se é fã da Switch e ou os últimos oito anos a levá-la consigo para todo o lado, então a Switch 2 apresenta-lhe mais de algo que já gosta.
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