Em declarações aos jornalistas após a reunião da comissão política do PS, Paulo Cafôfo indicou que foi decidido por unanimidade que o PS vai abster-se na generalidade e apresentar propostas que o partido considera serem estruturantes e "essenciais para melhoria da vida das pessoas".
"A votação final global ficará dependente do grau de acolhimento do PSD às nossas propostas", acrescentou, adiantando apenas que abrangem as áreas da habitação, saúde, apoio aos idosos e jovens e rendimentos das famílias.
"Isto não é um cheque em branco que o PS a ao PSD, nem é também uma concordância com o rumo desta governação. É, sim, um sinal político que demos, e que vamos dar durante o debate do orçamento, um sinal político para que a vida dos madeirenses possa melhorar com os contributos do Partido Socialista, porque ninguém é dono da razão, nem ninguém tem, mesmo tendo ganho as eleições, a maioria da razão, ou a razão toda nas soluções que apresenta", considerou.
Paulo Cafôfo assegurou que as propostas socialistas são exequíveis do ponto de vista financeiro e operacional, reforçando que o documento é da maioria PSD/CDS-PP e que o PS não o quer substituir, mas sim melhorar com os seus contributos.
"Veremos se a arrogância do PSD irá ser o caminho que o Governo e o PSD irão escolher, chumbando e não acolhendo a estas nossas propostas, ou se vão aproveitar esta oportunidade para, com estas nossas iniciativas, melhorarmos o documento, que legitimamente é deles porque ganharam as eleições, mas que pode ser melhorado com as nossas propostas", apontou.
O presidente do PS/Madeira disse ainda que o Governo Regional, liderado por Miguel Albuquerque, retirou do Orçamento Regional para este ano alguns compromissos plasmados no documento apresentado no final do ano ado e que acabou por ser chumbado uma vez que o PSD não tinha maioria.
"Agora que sabem que têm uma maioria absoluta já não se importam com os compromissos que tiveram com as pessoas, e muitos deles feitos durante a campanha eleitoral, e que foram retirados agora deste documento", criticou.
A Madeira está a ser gerida desde o início do ano em regime de duodécimos.
O debate das propostas do Orçamento da Madeira para 2025, no valor de 2.533 milhões de euros, e do Plano e Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento, orçado em 1.044 milhões de euros, está agendado para os dias 16, 17, 18 e 20 de junho.
Os documentos foram entregues pelo secretário das Finanças, Duarte Freitas, na Assembleia Legislativa em 02 de junho e têm aprovação garantida, uma vez que PSD e CDS-PP firmaram um acordo de incidência parlamentar e de governação após as eleições regionais antecipadas de 23 de março, garantindo a maioria absoluta.
O parlamento regional, com 47 lugares no hemiciclo, é composto por 23 deputados do PSD, 11 do JPP, oito do PS, três do Chega, um do CDS-PP e um da IL.
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